Durante pesquisa das diversas plataformas de aplicativos no mercado, experimentei a plataforma de anúncio de aulas particulares Superprof. Bem, diversas plataformas parecidas já existem por aí e, aparentemente, surgia mais uma. Fazer cadastro, criar um perfil e pronto… já havia feito isso desde quando surgiu o Facebook e nem era conhecido; ou até mesmo no Linkedin.
Depois de um bom tempo que havia feito o cadastro, apareceu uma solicitação de aulas… até achei que era teste da plataforma, já que a pessoa interessada pela aula nem retornou minha resposta… ficou como mais uma plataforma inútil na web. Mas, de repente… apareceu uma pessoa interessada pelas aulas particulares. E coincidentemente, um outro professor amigo meu pedia em seu perfil pessoal numa rede social, solicitava que amigos o recomende no portal do Superprof.
Então, eu precisava entender a tal dinâmica no portal, afinal eu nem acreditava que era funcional. Ainda mais pela interessada nas aulas particulares que me procurou haver me informado que fez pagamento por lá… e eu nem sabia disso, já que não existe informação ou comprometimento do professor indicado quanto a isso.
A Dinâmica do Portal – Foco do Aluno
Então, para entender o foco do aluno no portal, devo fazer um trabalho de empatia. Me comportar conforme a maneira que o aluno pesquisa professores na plataforma. Usei um navegador que não possuía minhas credenciais gravadas. Então fiz a busca por perfil de professor com o interesse de me encontrar no portal (Figura 1). Confesso que não é tão óbvio e tá aí um ponto que deve ser estudado para o perfil do professor ser otimizado como pesquisa. Vou explicar sobre isso mais à frente.
Conforme o contexto da divulgação, o professor é escolhido pelo aluno. Até o momento, o portal não explicita que o serviço é pago. Não existe um item no menu para o novo usuário do portal saiba como é a prestação de serviços. Eu enfatizo que um menu assim é importante para gerar credibilidade e respeito com as relações de consumo. Mas vamos lá… escolhido o professor, o aluno tem acesso ao perfil completo com mais detalhes (Figura 2).
Como pode observar na Figura 2, têm as informações de preço, método de trabalho, número de alunos; ou se a primeira aula é grátis. Também tem a informação de quantos alunos o professor já teve no portal; e mais algumas informações de qualidade, como por exemplo, se o professor responde rapidamente às contratações. Vale salientar aqui que o valor da hora aula estipulado pelo professor não tem vínculo com a contratação da Superprof. No caso, a Superprof é um canal de anúncio e agenciamento de interessados.
Tendo escolhido o professor e ainda, interessado pelos trabalhos que ele possa auxiliar como professor particular, ao clicar no botão “Seguinte” o portal engaja o aluno para efetuar cadastro (Figura 3). O cadastro pode importar as credenciais do aluno diretamente do portal Facebook ou Google.
No meu caso, para a simulação, utilizei o cadastro de perfil por e-mail (Figura 4). As informações a serem cadastradas são nome, sobrenome, conta de e-mail e senha. Assim que o aluno confirma ao selecionar o botão “Inscrição por e-mail”, uma mensagem de verificação é encaminhada para a conta.
A verificação da autenticidade da conta, que foi encaminhada para o e-mail do aluno não é necessária para a continuidade do procedimento de escolha do professor. Então na sequencia aparece o procedimento de pagamento (Figura 5).
Em termos de responsabilidade do portal pela contratação dos serviços, é então agora que apresenta o preço para o serviço de “Passe Aluno” para o professor pelo valor de R$69,00. Como formas de pagamento, cartão de crédito, PIX ou PayPal. O portal salienta ainda que é uma “Assinatura Mensal”. Assim que a contratação é feita e a aula aceita pelo professor, o valor é debitado. Vale salientar que a contratação é sem fidelização, ou seja, caso o aluno não queira mais usar o serviço de “Passe Aluno”, poderá cancelar a contratação do serviço. E, também, o aluno contratante poderá escolher qualquer outro professor cadastrado no portal enquanto estiver pagando a mensalidade estipulada.
Um ponto importante: o valor a ser cobrado pelo professor não tem vínculo com o valor cobrado pelo portal. E se o professor que tenha sido escolhido, apesar de ter aceito a contratação das aulas, não cumprir com seus compromissos, o aluno para não perder o valor mensal pago terá que escolher outro professor para não perder dinheiro ou tempo reclamando no portal.
A Dinâmica do Portal – Foco do Professor
Aqui não irei detalhar como é feito o cadastro. Porém, para o professor não ocorreu exigência alguma de cobrança. Ou seja, simplesmente é uma oferta gratuita de serviços. Porém existe a possibilidade de contratar o plano profissional pelo valor de R$29,00 por mês e a princípio não se saberia o porquê. Mas imagina-se que algum tipo de prioridade possa acontecer.
Então é interessante avaliar o meu perfil como professor no portal Superprof (Figura 1). Algumas informações são estranhas no perfil, como por exemplo “Vila Progresso” e a estrelinha de “Novato”. A informação “Vila Progresso” não tem o que fazer. É uma falha da ferramenta que informa prioritariamente, em função dos dados no Google Maps do endereço do professor, o bairro onde localiza o professor. Já a estrelinha “Novato” some se o professor tiver pelo menos 2 recomendações. E o portal Superprof solicita que o professor se recomende para amigos, como uma maneira de impulsionar o portal. Na oferta da recomendação, o portal oferece a possibilidade de ser pesquisado em dobro.
O professor pode fazer quantos anúncios quiser, de maneira gratuita, para grupos de disciplinas diferentes. Por exemplo, “Matemática” para reforço em engenharia ou “Física” para reforço em engenharia. Porém cada anúncio estará com baixa prioridade nas pesquisas em função da quantidade de recomendações. A recomendação prioriza da posição de “Novato” para “Recomendado”. Em função das avaliações recebidas dos alunos, o professor é também priorizado nos anúncios. Mas a maneira mais fácil de priorizar é realmente é na contratação do plano profissional.
Superprof tem ou não credibilidade?
Aí está o grande problema de portais na Internet: a impessoalidade. O portal não tem canal telefônico para contato. Para escrever o blog, encontrei no portal uma oferta de kit imprensa; porém caiu em página não encontrada. Os canais de comunicação ofertados pelo portal são e-mail e chat via Instagram das 7 às 13 horas, porém o link está quebrado (não funciona). Detalhes assim fazem o portal ter características de golpe. Além disso, no perfil de venda final, ou nas telas da prestação de serviço, não constam dados da empresa prestadora, que deveria apresentar, conforme a legislação brasileira, o número do CPF ou CNPJ.
Em algumas telas do portal existem textos em francês. Então parti para a pesquisa de informações do domínio registrado (em Registro.br). No portal Whois de registro.br existe a informação do titular do domínio como sendo um brasileiro chamado Flávio Henrique Bruno Cardoso (Figura 6 e Figura 7).
Na Figura 7 pode ser observado que o proprietário do domínio faz uso de um domínio internacional parecido com o utilizado aqui no Brasil. Então foi feita a pesquisa no “whois” internacional e pode ser observado que o registro foi feito por uma origem na França (Figura 8).
Realmente existem portais parecidos com o brasileiro em inglês (https://www.superprof.com) e em francês (https://www.superprof.fr) destinados para um público independente do Brasil.
Então o que pode ser observado no portal brasileiro é que ainda não ocorreu uma tradução completa. Curiosamente, o portal brasileiro está hospedado no Canadá, apesar do domínio brasileiro. Bom, ao navegar no portal francês, também não é possível encontrar maneira fácil para fazer um contato, sendo possível somente por e-mail. E no portal em inglês, o erro no link para entrar em contato é o mesmo que no brasileiro. Como se para fazer contato fosse pessoalmente no endereço da empresa na França.
Conclusão
Como